Solto com o vento

Author: Alberto Pires /


Quero ficar igual ao papel
Solto com o vento
Sem obrigações
Sem obstáculos
Indo e vindo para onde o vento me levar
Perto de você
Longe do seu coração
Caindo e levantando cada vez mais forte
Não tenho você...
Mais tenho uma arma mais potente:
As palavras!!!
O  vento me leva ao seu bem querer
Vou experimentando aromas
Desvendando o mundo nunca antes imaginado
Percorrendo corpos
Descobrindo todas as formas de amar
É assim a minha vida
Cigana ,livre, imprevisível
Mas ciente de tudo
O que fazemos de bem ou de mal
O retorno é imediato
Por isso ,vai vento continua me revelando
Tudo o que eu necessito para ser feliz...


Solidão: bela companhia

Author: Alberto Pires /



Gosto da solidão
ela me coloca frente a frente com meu eu
ela me faz refletir e ignorar
ela me desmembra
divide cada parte do meu querer
ouço-a atento e lacrimejante
ela é necessária
importuna
mas ou mesmo tempo me acalma
é bom saber dos nossos limites
solidão, musica, instinto e vinho
embriaga-me de todas as formas
te quero sempre por perto solidão
você não é o meu temor
meu temor é você acompanhada
pois a pior solidão é aquela dividida
quando estamos juntos e não percebemos
És minha companhia
te divido com as minha palavras
e assim ficaremos companheiros
Um grudado no outro
eternamente solitários...

Constatação

Author: Alberto Pires /


Vire-me pelo avesso
Exponha-me
Exibe-me
Mostra que mandas em mim
Desse jeito que só você sabe fazer
Coloque-me em todas as posições
Revela-me em todos os ângulos
Olhe-me assim mesmo
Com gula, desejo e sede
Sacie-me e mata a tua fome
Somos o complemento um do outro
Nosso tesão não é de estação
Ele desperta assim que nos olhamos
É forte, intenso e louco
Gosto do jeito que me trata
Um dia serei o seu amor eterno
No outro apenas uma pessoa que passa
Deixando unicamente o seu cheiro de satisfação...


Corações corruptos

Author: Alberto Pires /

Toda vez que voltava da capital era assim, as lembranças me chegavam a todo vapor, principalmente quando passava na curva próxima a entrada do município... Quando dobrava e via a cidade toda com todos seus encantos, tormentos e historias... Logo na subida me deparei com Júlio Doido com sua cara de homem da caverna, com um andar lento, passivo e misterioso, dei risada assim que vi, pois até ele nos serviu de carteiro para um inesquecível encontro. Esse dia foi mágico, não podíamos dizer a ninguém do nosso envolvimento, mas a cada dia nós descobríamos de como fomos atraídos um pelo outro, não parava de pensar nessa louca situação em que nos envolvemos mais que também não queríamos dar o fim, era algo envolvente demais, minha respiração ansiava cada vez que sentia a força da presença dele, ficava hipnotizada, tudo nele chamava atenção, seu corpo másculo e viril, sua personalidade forte e determinada, com sua voz grossa que dizia tudo com poucas palavras... Rodrigo me viu de longe e assim que seus olhos bateram nos meus eu percebi que ele queria me encontrar, mas como achar um desculpa sem provocar desconfianças entre nossas famílias? Foi então que ele chamou Júlio Doido e pediu que me entregasse um bilhete, nele estava marcando o nosso encontro; eu estava assistindo o comício, quando o doido chegou perto de mim e disse: toma aí que mandaram para tu; fiquei perplexa quando abri o bilhete e principalmente lendo o que estava escrito. De cima do carro meu pai viu Júlio me entregar o papel, e logo após o termino do comício ele veio feito louco para saber o que estava escrito na correspondência, fui então logo dizendo; era alguém querendo que eu pagasse a conta de água, meu pai não ficou muito satisfeito, porém não prosseguiu com a conversa, foi então que apareceu o grupo jovem e me levou para fazermos uma caminhada nas ruas mais afastadas do centro, no caminho pude ver Rodrigo seguindo-me de longe e balançando a cabeça, como se tivesse me dando um sinal, então tive uma ideia; vou dizer que preciso ir ao banheiro e de lá vou ao encontro do meu amor e rival; assim fiz, estava marcado para nos encontrarmos no fundo da Farmácia Simões, pois tinha uma rua transversal que dava acesso à outra rua, meu coração batia descompassadamente, minhas mãos suavam, minha boca estava ressecada, enfim todos meus sentidos estavam à prova, a rua era com pouca iluminação, ao entrar dei de cara com Loló suspendendo o vestido e mostrando toda sua majestosa mata dos pelos pubianos, comecei a ri,  e ela disse: vai dá uma com aquele moço bonito não é cachorra,foi até bom que fiquei mais relachada, de longe pude perceber que Rodrigo já estava no lugar a me esperar, seu cheiro já impregnava o local, ele estava vestido com uma calça jeans, estilo vaqueiro, com uma camisa de mangas longas azul marinho, que combinava com seus olhos azuis, com cinto e botas pretas, tinha uma corrente de Nossa Senhora Aparecida no pescoço, enfim ninguém de sã consciência poderia nunca rejeitar um homem como aquele, ao me aproximar ele puxou-me com força e me deu aquele beijo, que foi uma mistura de sede, gula, tesão, enfim tudo que uma paixão nos dá de bom, me entreguei aquelas caricias e estávamos havidos um do outro, ficamos nos beijando como loucos, ele como sempre queria me possuir logo ali, como se fossemos dois loucos, ou quem sabe dois animais, foi então que Loló gritou: chupa Romeu que amanha serei eu e deu uma estridente gargalhada.. Mas como sempre fui  equilibrada e resisti, e olha que não foi fácil, mas para ajuda minha passou um carro de som com a musica da campanha Bate Coração de Elba Ramalho, e pude logo perceber a mudança sua, eu então perguntei o que foi? Ele ironicamente disse: Será que seu pai não percebe que essa eleição é nossa? Ai como uma louca respondi: é isso que você pensa? Então fique para você esse pensamento, respeite pelo menos esse momento que é só nosso. Fui então dando as costas como resposta e sai correndo daquele local. Meu coração quase saiu pela boca, que ao dobrar a esquina onde era o Comité adversário fui recebida aos gritos pelos opositores gritando, lá vai à xopada, e quando olhei novamente ele estava lá sorrindo ironicamente para aquela situação, sair com o proposito que teria de acabar com esse louco envolvimento, pois nossas famílias tinham uma rivalidade épica e por isso não acabaria muito bem essa tenebrosa relação. No outro dia procurei pensar como me vingaria daquela situação humilhante que ele me fez passar, agora já pensava tantas coisas em minha cabeça, será que ele realmente me amava ou eu era um motivo para ele se vingar do meu pai, pelas tantas derrotas que sua família carregou. Não conseguia levar a campanha com o mesmo entusiasmo, tudo me irritava, incomodava, estava a ponto de provocar uma rebelião familiar... Foi então que um belo dia de domingo fomos a uma reunião na fazenda do Coronel Fábio Menezes e lá ele me apresentou um dos seus filhos chamado Ulisses, ele era um fotografo renomado na capital e com sua sensibilidade pude aos poucos perceber que tinha outros horizontes em minha volta. Na proximidade da eleição, sempre não temos tempo para nada, mais Rodrigo não saia da minha cabeça, ele sabe como ninguém como conquistar uma mulher, mais nossa rivalidade politica era assustadora... Fui ao encontro do meu único amigo chamado Reinaldo e ao passar pela floricultora de Dona Suzana vi Rodrigo sair com um lindo buque de rosas amarelas, minha cor predileta, ele fez de conta que não me viu e me olhou com um desdém hipnotizador, então me perguntei, era eu que devia está agindo assim, ele vem com essa cara amarrada, como se eu fosse à culpada de tudo, fiquei sem entender nada, mais continuei a minha vida normalmente, mas com aqueles beijos que não saia da cabeça... No outro dia era quarta feira e tinha comícios dos dois lados, acordei com uma vontade imensa de me arrumar, fui entrei no quarto e peguei a minha roupa mais sedutora, vesti um mine vestido de seda estampada, não era justo, apenas desenhava o meu corpo, era aquele tipo de vestido que não mostrava nada, mais deixava a imaginação dos homens viajarem, pensei comigo mesmo hoje ele vai ter o troco, vai me pagar com a própria moeda, porém ao chegar no comité fui surpreendida com uns comentários feitos pela mulherada, que Rodrigo tinha trazido do Rio de Janeiro uma linda mulher e nome dela era Lilian, era cantora e tinha uma cabeleira que chamava a atenção onde passava...Foi a morte para mim, pude então perceber que eu era apenas uma distração nas mãos daqueles terrível sedutor... Eu estava perdida nesses pensamentos guando eu ouvi uma musica ensurdecedora que dizia assim: “mamaram tanto que agora vão deixar de mamar...” e foi àquela gritaria no comité, quando olhei para ver quem estava no carro de som, não acreditei no que vi era Rodrigo e Lilian dando aquelas gargalhadas de satisfação e então foi o fim dos meus planos, mais antes de me desesperar de vez, olha quem chega ao comité em minha busca, era Zebrinha com suas roupas exuberantes, cheia de brilhos e cores, me chamou no canto e me entregou um papel, ao abrir vi que era a letra de Rodrigo marcando encontro na casa de Reinaldo, dizendo que queria me ver antes da eleição como sem falta, pois tinha algo importante a me dizer... Fui ao ultimo comício sem prestar atenção em nada, só com essa duvida cruel em decidir se ia ou não, meu corpo dizia que sim, meu coração dizia que não, e eu ficando cada vez mais na indecisão; eu estava tão angustiada que passei em frente ao comité guiando uma moto com o vestido bem curto chamando atenção de todos os homens, e pude observar o olhar de raiva do sedutor Rodrigo. As pesquisas davam praticamente empate técnico, assim como nossa situação também ele mostrando a carioca e eu tentando seduzir o fotografo, era uma briga feia que não sabíamos que irá ganhar, será minha maior derrota ou a mais esperada vitória dele? Em outubro descobriremos quem sairá vencedor nessas duas batalhas...

Perdão

Author: Alberto Pires /

Continuo a te amar
Com todos nossos desencontros
Despedidas foram muitas
Reencontros foram poucos
Para tanto amor que te dedico
Não te quero entre linhas
És o côncavo e convexo dos meus dias
Turbilhão da minha suave calmaria
o meu objetivo mais sublime
Frescor de cada amanhecer
Som dos meus instrumentos
Melodias das minhas palavras
Âncora dos meus desejos
Nesse mar revolto que se chama vida.
Perdão, esse amor não te pertence
Ele foi doado para alguém
que realmente entenda...



O amor da Rosa...

Author: Alberto Pires /

Era Corpus Christi e toda a avenida estava ornamentada com tapetes feitos com sementes, cordas, pétalas de flores entre outros tantos materiais coloridos para embelezar essa tradição. Eu estava na janela vendo aquela festa de comunhão, amor e fé; e no piscar de olhos pude perceber aquela imagem espetacular vindo em minha direção, parecia até uma aparição, um devaneio, uma miragem... Ela tinha uma pele branca como a hóstia consagrada, o sorriso enigmático que ao mesmo tempo parecia celestial e em determinado momento uma sensualidade totalmente evidente naqueles trejeitos... Parou em minha frente e me pediu um copo de água e disse-me que estava com muita sede, pois tinha vindo de um povoado andando, pagando uma promessa, toda vestida de branco, era um vestido de linho de cintura baixa todo bordado de rendas feitas pela sua avó, o cumprimento era acima do joelho, não era justo, mais desenha muito bem as suas curvas, deixando claramente evidente a bela mulher que estava em minha frente, então perguntei o seu nome ela sorriu como se estivesse envergonhada e respondeu: Rosa Menina; ai foi eu que sorri e perguntei tem vergonha do seu nome? Disse ela então; não de jeito nenhum apenas as pessoas acham estranho esse nome, foi ai que percebi que encontrei a minha perdição, a minha insônia, a minha desilusão e o meu amor eterno... Deixei-a esperar no jardim da minha casa sentada em uma cadeira de vime onde sua beleza combinava totalmente com aquele colorido canteiro, peguei a água na moringa e coloquei o copo em cima de uma bandeja forrada com um pano de crochê, vim com as pernas bambas, sem saber como seria a minha reação em vê-la novamente espantosamente angelical; mais eu tinha que enfrentá-la  e logo fui em direção a ela sentada majestosamente naquela cadeira...Logo que sentiu a minha presença foi levantando assustada, então disse fica a vontade e descanse mais um pouco, sinta-se em sua casa, estendi a bandeja em sua direção e ela pegou o copo e bebeu todo de uma vez, deixando escorrer água pelo canto de sua sedutora boca, aflorando assim a minha louca imaginação...Ela quase  engasgou mais pegou um lenço de linho branco que estava em sua bolsa e enxugou seus deliciosos lábios, sem deixar nenhum vestígio de água, ao colocar o lenço na bolsa ela não percebeu que o lenço caiu em cima de uma roseira e eu também não e  foi logo me agradecendo e indo em direção ao portão, pois a procissão já estava quase no final do cortejo, olhou-me  profundamente e agradeceu a minha gentileza e saiu deixando unicamente o seu cheiro de rosa no ar... Na frente do meu portão fui ficando cada vez mais sem aquela imagem que foi acompanhando o cortejo e sempre olhando para traz até sumir da minha visão, ao entrar levitando com meus pensamentos pude perceber que no jardim estava um pouco dela, era o lenço que havia caído de sua bolsa deixando assim a sua presença fincada em meu coração, corri peguei o lenço e cheirei como se fosse ela própria, e tive a sensação que estava tocando à pela dela, com todo o desejo que ela despertou em mim, não fui atrás para devolver o lenço, era um pedaço dela que não podia perder, mais o que fazer se não sabia qual o nome do povoado em que ela morava... Essa duvida permaneceu em mim por vários dias, pois já sabia que nosso amor estava fadado ao fracasso mesmo antes de começar...Ai veio uma interrogação persistente será que ela deixou o lenço cair justamente para eu ir em sua busca? Ou foi uma mera distração? Então fui tirar isso a limpo, mesmo sabendo de como iria ser difícil ver esse amor terminar sem antes mesmo de começar... Fui até a matriz e me informei com as freiras, descrevi em detalhes a pessoa e elas não conseguiam recordar, foi então que disse o nome magico : Rosa Menina, foi ai que ambas olharam uma para a outra e respondeu  agora sim, sabemos o endereço dela, é moradora do Povoado do Jardim Estrelado, é filha do Coronel Cravo de Albuquerque e de Dona Margarida, é filha única e veio a procissão pagar uma promessa para sua mãe que estava passando por um problema de saúde, foi então que disse as irmãs vou procurá-la para devolver um pertence dela, a Irmã Begônia disse vá com pressa pois ela está de viagem marcada para São Paulo e não sei se conseguirá encontrá-la a tempo, mais vá com Deus ele há de iluminar você nessa jornada. Fiquei com o coração apertado e ao mesmo tempo confiante nessa missão, fui então para minha casa me arrumei com a melhor roupa que tinha, perfumei-me e parti... Ao chegar no povoado encontrei um senhor e perguntei onde mora Rosa Menina? Ele respondeu: atrás da capela na melhor casa daqui, ela está de viagem pronta, corra para ver se ainda acha, sair então com o coração aos pulos e fui nessa louca empreitada, em toda minha vida nunca tive a coragem de expressar o que realmente sinto a ninguém e por isso estou aqui a mercê desse amor que tomou conta do meu peito, enchendo meus dias frios de calor e esperança ao encontrar a Rosa do meu eterno jardim. Fui e entreguei-me ao destino, quando cheguei à frente daquele casarão pude perceber o quanto seria difícil o meu amor... Bati palmas e com as mãos molhadas de suor continuei rezando internamente  para que minhas preces sejam ouvidas, e uma delas é que pelo menos ela me ouça...Ouvi então o ranger da porta de Jacarandá e apareceu por detrás a mulher da minha vida, a continuidade do meu ser, a esperança dos meus dias tristes, a resignação de todos os meus tormentos...Ela então surgiu e perguntou você aqui? Antes de responder veio um rapaz mais belo que o anjo Gabriel e disse você conhece amor? Conheço sim, mais nem sei o nome, essa pessoa foi muito gentil na procissão, deixou-me descansar em seu lindo jardim e me ofereceu água para matar a minha sede, mais me responda agora qual é o seu nome mesmo? Eu gaguejando respondi com lágrimas escorrendo nos olhos meu nome é Rosa Maria, e vim aqui justamente para te entregar um pedaço de ti que ficou em meu jardim... Ela ficou assombrada e perguntou:
Um pedaço de mim? Sim o lenço que você deixou cair de sua bolsa, ela sorriu e disse não precisava se incomodar com isso, quando ia começar a falar o cara disse despeça-se de sua amiga que já estamos indo... Foi então que ela olhando nos meus olhos disse: fique com esse pedaço de mim, é uma prova do nosso amor... Assim vi a minha outra metade acenando para mim em despedida e eu retribuindo com seu lenço... O amor das rosas que ficaram apenas com a palavra cheia de espinhos que é ADEUS...
        

Cordel da Amizade...

Author: Alberto Pires /

Ser amigo é ser irmão
É amor puro em comunhão
Que não precisa de tesão
É daquele de outro jeito
Sem defeito ou azararão
É no tempo mais que perfeito
Somente compreensão.

Dos falsos amigos quero distância
Dos invejosos folhas de arruda
Dos fracos de alma a oração
Dos assexuados a motivação

Prazer em recebê-los
Meu coração é só alegria
No meio de tantas rimas
Estou em plena harmonia

A vida passa como um cometa
Vocês são as estrelas do meu céu
Família e amigos herança perfeita
Só para vocês eu faço um cordel

Perto ou longe é bom saber
Que com vocês eu posso contar
Aqueles da vida toda
Os que acabaram de chegar
O bom é saber compartilhar
Obrigado pela presença
e vamos comemorar...

Obs: Obrigado a todos que estiveram na minha festa...Até o próximo ano.

Isadora...

Author: Alberto Pires /

O que dizer dela?

Carinhosa

Vaidosa

Humilde

Generosa

Filha

Amiga

Irmã

“Prima”

Obstinada

Criativa

Elegante...

Defeitos?

Não pode ver um espelho

Fala toda hora no celular

Narcisista...rsrsrsr

Mais é uma prima que amo muito

Felicidades...