Quando falamos em solidão vem sempre em nossa mente algo sofrido, dolorido e desprezado... Como se estivéssemos jogados ao vento pairando sempre nos caminhos mais inconstantes... Acho que a pior solidão é aquela acompanhada, é quando estamos cheios de pessoas em nossa volta, porem sozinhos, é aquele instante em que desejamos ardentemente falar ou ver alguém, mas só encontramos a visão de uma foto ou a imagem guardada na memória.
Existe a solidão da esposa que preparou um banquete de amor e o que a espera é uma noite de frio... E sua companhia são apenas os ponteiros do seu relógio.
Tem também a solidão de mãe velando seus filhos distantes, tentando aconchega-los em seus braços, mesmo tão ausentes.
É a solidão de um jogador batendo um pênalti sabendo que através desse chute estará a sua gloria ou o seu eterno fracasso.
Vejo a solidão de um médico com o bisturi, sabendo que em suas mãos hábeis estará à salvação ou a morte de mais um paciente.
Identifico a solidão dos compositores e poetas, neles a solidão se eterniza em versos e poemas... A dor se transforma em arte.
Sinto as lagrimas de desespero quando a morte nos chega sem pedir licença, levando um amor, um ente querido, uma amiga um irmão... Nos deixando em plena solidão.
Decifro a solidão de um político sério quando é obrigado a tomar decisões tão importantes para sua Comunidade, seu Estado, sua Nação.
Pressinto a angustia de uma amante quando em datas especiais não podem ficar com seus amores, tendo que contentar-se só com a presença da solidão.
É a solidão de tão presente muitas vezes se torna nossa companheira, com ela valorizamos cada instante, cada momento, cada segundo... Com ela aprendemos a valorizar a intensidade dos encontros e através dela ficamos preparados para a próxima etapa a SOLIDÃO.
Alberto Pires