HOMENAGEM EM FORMA DE PROTESTO

Author: Alberto Pires /





Nesse aniversário da nossa Ipirá, vou homenageá-la em forma de protesto contra o desrespeito ao patrimônio arquitetônico do nosso cartão postal mais famoso: A igreja Matriz de Nossa Senhora Santana. Estou muito preocupado com nossa historia, visto que ela está se perdendo, e as futuras gerações correm o risco de não terem conhecimento da nossa rica tradição.
Há muito tempo nossa igreja Matriz está perdendo suas características originais do seu espaço interno; lembro-me bem dos sermões do nosso saudoso Padre Alcides, ele fazia suas práticas nos parlatórios centrais ao lado das colunas que dividam o templo, hoje não existem mais, foram retirados para dar espaço ao ambiente. O forro da igreja foi retirado indo junto afrescos que tanto nos orgulhávamos, vejo que para a paróquia de Ipirá não existe a palavra restauração e sim destruição, em nenhum lugar do mundo civilizado o patrimônio arquitetônico é destruído, aqui isso está fora do controle, para minha surpresa a Matriz passa por mais uma reforma e com a desculpa de ganhar espaço, as colunas centrais estilo grega com um arco que unia as duas foram arrancadas, agora só existe de original na área interna da nossa igreja, o altar e as imagens, pois os lustres foram retirados para reforma e até então não foram recolocados e substituíram por outros feios e sem o brilho dos cristais, o piso antigo foi retirado e irão colocar granito preto, enfim a cada reforma uma parte da nossa principal obra arquitetônica perde um pouco da originalidade. Onde iremos parar?
Assim como a historia de Cristo deve ser preservada e contada para as futuras gerações, a casa do Senhor deve ser também intocada, acho até que os padres estrangeiros não conhecem a historia local e por isso essa destruição cultural acontece. Nos paises do primeiro mundo, isso jamais iria acontecer, se a igreja está pequena façam outra, pois se é uma coisa que o Vaticano tem é recursos, mais preservem nossa rica história.
Sou católico, sempre que posso dou a minha contribuição, mas quero como ipiraense que ama muito essa terra, que deixem a nossa historia preservada, pois como a coisa está indo, só vai restar à saudosa lembrança da beleza da nossa Matriz.

Alberto Pires

15 comentários:

Lilian Simões disse...

Alô galera do "Retratos de Ipirá" o museu virtual da cidade,copiem logo esta foto do altar e ponham no álbum "Relíquias arquitetônicas",antes que seja tarde demais!!!!!!

roberto disse...

Alberto,

Não é só na igreja Matriz que está perdendo sua originalidade...Se chegarmos a Praça da Bandeira, agora Praça Roberto Cintra,encontra-se um descaso só,até passeio a la Copacabana fizeram,não demora colocar um Cristo Redentor para homenagear o violento Rio de Janeiro,alias em materia de drogas aqui está muito parecido,deve ser por isso qwue fizeram este crime com nossa praça...
Postes foram retirados,passeios arrancados,banheiros totalmente sem harmonia com a arquitetura da praça,paralelepipedos foram substituidos por contornos de cimento,bancos de cimento por outros de madeira de péssima qualidade.Restauração e preservação só existe na casa de Profª Hildinha essa sim tem cultura,mémoria e amor a sua historia,esse exemplo deve ser seguindo pelas autoridades...

Maiara Macedo disse...

Caro Alberto,

Fico muito contente em ler sua postagem, pois sei que ainda há em Ipirá pessoas que sabem a importância da história para a vida.
Mas é também com enorme sentimento de revolta que faço o meu comentário e aqui deixo marcada minha indignação aos que não sabem o que é história, não conhecem de identidade e nem de memória, e, ainda, são alheios a qualquer atributo cultural.
Não consigo compreender como um povo que não tem memória pode ter cultura. Não! Não pode!!!!
Indiscutivelmente, o tempo passa, e se a história, a identidade e a memória de um povo se perdem, não existe mais esse povo. É o que hoje acontece com Ipirá. E nada mais claro que o exemplo da nossa Igreja Matriz
Na verdade, não sei nem porque estou chamando de ‘nossa’, pois, com todas as transformações e particularmente “deformações” que aconteceram, perdeu-se a identidade. Não é mais a Igreja Matriz de Ipirá.
E vem a pergunta: Por que não preservar um patrimônio cultural e histórico?
Isso não tem resposta
Então, só resta a indignação


Um grande abraço

CARLOS FERNANDO CINTRA disse...

Alberto,

Infelizmente, não teria homenagem maior a uma cidade que um manifesto em favor da preservação do patrimônio histórico de Ipirá.

Concordo com tudo que foi dito acima, principalmente as palavras de Roberto. E complemento e reafirmo, o que foi feito com a principal praça de Ipirá: uma vergonha, um desrespeito.

Os postes antigos foram trocados por outros os quais não consigo denominar. Os bancos de cimento foram substituídos por outros de madeira.

Copacabana? Faz-me rir. Se o Poder Público, flagrantemente, não respeita e não preserva o patrimônio, é de esperar que alguém respeite?

Visitem Ipirá antes que a cidade se transforme em um lugar acimentado contra a sua natureza.

Lilian Simões disse...

Gente? O q aconteceu com aquela biblioteca q ficava atrás da Igreja? Ouvi dizer que Agildo Barreto iria explicar em seu blog mas até agora nada!!Se alguém souber algo me conta?? É que já queimaram uma e aí a gente fica com o marcador atrás da orelha !

Unknown disse...

Entre tudo que acontece nesta terra e que nos leva à total indignição, quero manifestar meu estarrecimento com o desaparecimento da Biblioteca Eugenio Gomes.
O acervo passou por um espaço na Rua Landulfo Alves, alguns meses depois encaixotado e levado para a SEC de Agricultura, passou pelo Ex-Cenecista e no momento estou me assegurando com responsabilidade as últimas informações.
Quanto à Igreja Matriz, no mês de dezembro 2008, fiquei sabendo da retirada do piso atravez de uma pessoa ligada aos trabalhos da paróquia e demonstrei minha surpresa, e confesso que não seria uma informação veríca, mas perguntei qual era a reeação dessas pessoa ligadas diretament à paróquia? deixariam isso acontecer?Agora sei que aconteceu. Mais uma para esta nossa cidade em processo de degeneração.Desculpem, mas é isso que está aconcendo com Ipirá.
É lamentável!!!

Unknown disse...

Entre tudo que acontece nesta terra e que nos leva à total indignição, quero manifestar meu estarrecimento com o desaparecimento da Biblioteca Eugenio Gomes.
O acervo passou por um espaço na Rua Landulfo Alves, alguns meses depois encaixotado e levado para a SEC de Agricultura, passou pelo Ex-Cenecista e no momento estou me assegurando com responsabilidade as últimas informações.
Quanto à Igreja Matriz, no mês de dezembro 2008, fiquei sabendo da retirada do piso através de uma pessoa ligada aos trabalhos da paróquia e demonstrei minha surpresa, e confesso que não acreditei que seria uma informação verídica, mas perguntei qual era a reação dessas pessoas ligadas diretamente à paróquia? deixariam isso acontecer?Agora sei que aconteceu. Mais uma para esta nossa cidade em processo de “degeneração”. Desculpem, mas é isso que está aconcendo com Ipirá.
É lamentável!!!

Anônimo disse...

Um povo sem respeito a sua história é um povo sem emoção.
Nós temos um passado de histórias. Lindas e gloriosas histórias, que os ESTRANGEIROS de plantão, estão apagando dia após dia. Os representantes do Senhor, aqui estabelecidos para levar a palavra de DEUS aso homens, só preocupam-se em destruir as nossas relíquias cristãs, tanto físicas, como o ESTUPRO a nossa Igreja Matriz, como a falata de compromisso com os seus fiés. Aliás, em Ipírá, estamos passando por um pleno declínio cultural, emocional, educacional, de saúde e de justiça. Comentei no Blog de Agildo que, a nossa cidade é a TERRA do "JÁ TEVE", e o que é pior, não se está substituindo por nada. Me colocando em controvérsia, estamos passando por uma mutação , substituição do BEM pelo PÉSSIMO. Estamos na fase do: "CONHEÇA ANTES QUE ACABE". Pois é, caros conterrâneos, se estrangeiros como Dr.Delorme, Padre Alcides e tantos outros, vierem para Ipirá para engrandecê-la, amndo-a e respeitando-a como ela merece, que venha todos, do contrário, receber estrangeiros como esse representantes do Clero Italiano, gestores como o que temos no município, representantes da justiça "super atolados de trabalho", temos mais é que RELEGAR a última instância da nossa maternidade e do nosso amor. REPÚDIO a quem denigra a nossa cidade, destrói o nosso passado, esconde acervos , aleija o social, mata a saúde, corrompe o cidadão. Ipirá precisa deixar de ser OMISSA. Precisa aprender a gritar pelos seus direitos. Precisa ter coragem para dizer NÃO as drogas e "AOS" DROGAS que estão aniquilando a nossa terra. Quando uma como eu grita e sai protestando, é dada como louca ou depressiva. Me façam rir...rsrsrsr...Chega até a ser ridículo. Quem não tem argumentos para defender-se, tira de si e joga nos outros. Tô viva,Sã e salva. E Ipirá??? Vamos deixar ela MORRER???

Crônicas do Imperador disse...

Querido Alberto,

Mesmo não sendo católico; mesmo não sendo cristão; admiro toda a arte cristã, sobretudo a que carrega a milenar arte romana.
Vi e ainda lembro dos detalhes da catedral de NS Santana de Ipirá e saber hoje que ela está perdendo a referência, isso me deixa sem graça.
Parabéns pelo protesto!
Se precisar, conte comigo!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br

honosi disse...

Alberto, tenho sempre o cuidado de ir à igreja quando vou a Ipirá.Concordo com você que cada Padre que aí chega altera o estilo da nossa igreja.Começaram retirando o painel que havia no teto na área do altar onde uma pomba aparava o sangue que escorria do coração de Cristo na cruz,etc,etc.Enquanto que o Instituto do Patrimonio Histórico da Bahia procura manter vivo o acervo das grandes obras, no Camisão destroi-se.

Climério Manoel Macêdo Moraes disse...

Olá, Alberto!

A sua preocupação com a preservação da Igreja Matriz é pertinente e diz respeito não apenas a católicos, mas a qualquer pessoa e de qualquer credo. O que está em jogo em seu protesto/homenagem, do qual concordo, é a falta de sensibilidade estética e da memória histórico-cultural que parece reinar em nossa cidade.

O desmantelo com nosso patrimônio vem de longas datas. Particularmente, recordo-me da completa destruição da Casa Paroquial com seu telhado alto e íngreme; desde então o pôr-do-sol da Praça da Bandeira/Roberto Cintra não é mais o mesmo. Cadê o casarão do antigo Posto de Puericultura? E a arquitetura original da antiga Biblioteca Eugênio Gomes? Por que tiraram o peculiar calçamento da rua Riachuelo e o que desce em frente ao atual Bode Assado, que lembravam as pedras do Pelourinho? E a fachada da antiga Prefeitura?

O que está acontecendo com a Igreja Matriz de Ipirá parece reverberar o que já aconteceu com a “reforma” da Praça da Bandeira/Roberto Cintra. Em minha opinião, tal “reforma” teve mais equívocos que acertos. Vamos aos acertos: o aumento do número de bancos, ainda que pequenos os que substituíram os tradicionais; a revigoração do jardim de vegetação baixa; a colocação de canteiros em forma de círculo; a implantação do parque infantil e do elemento água (um espelho d’água ao nível do solo seria mais elegante). Quanto aos equívocos: não considerar os equipamentos singulares e RESTAURÁ-LOS. A substituição dos charmosos e peculiares postes de iluminação por outros que se encontram em qualquer lugar é imperdoável, bem como a substituição do passeio pela pintura em homenagem ao calçadão de Copacabana é no mínimo pândega. Inclusive esta homenagem já fora feita no passeio da Praça São José. Na verdade, deveríamos homenagear nossas paisagens urbanas com elementos da própria história ipiraense ou que remetesse a rica história cultural do sertão. Você não acha? Três outros equívocos gostaria de pontuar: a poluição visual causada pelo excesso de construções como a lanchonete no fundo da Igreja; o mirante (praticamente ninguém o usa, além de parecer um outro coreto vizinho do original) e os sanitários pela estética e pelo local onde foram construídos (são abomináveis). Nestes casos, “mais é menos”. Também considero outro equívoco o gradeamento em torno da Igreja: além de sua estética questionável, avança pelo espaço público e toma ares de clausura. Em outro momento posso apresentar minhas sugestões diante das críticas feitas. Aliás, um debate público acerca dessas questões seria salutar para todos, governantes e demais cidadãos.

Queiram os “deuses” que as autoridades responsáveis por estas “reformas” e alguns citadinos ipiraenses não tomem sua homenagem/protesto e os comentários decorrentes como uma ofensa, mas como uma séria reflexão que deveria ser estendida a diferentes segmentos da nossa sociedade, inclusive com a participação de especialistas no campo da preservação e do restauro. A Universidade Federal da Bahia tem cursos de Mestrado e Doutorado em que uma das áreas de concentração é justamente RESTAURO e com alta reputação em toda a América Latina.

De qualquer sorte, uma coisa é certa: quanto mais se preserva uma cidade e seus patrimônios e equipamentos urbanos, mais chances ela tem de se tornar um lugar turístico e de ser contemplada por verbas públicas mediante órgãos como o IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) e o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Infelizmente, acredito que Ipirá está fora de ser contemplada por órgãos como estes, pelos motivos que você mesmo expôs em relação à Igreja Matriz e por outras “reformas” do patrimônio público. Se a campanha feita pela Igreja fosse para restaurar e resgatar sua arquitetura original, garanto que o envolvimento da comunidade seria bem maior e sua homenagem a Ipirá não estaria em forma de protesto, mas sim de louvor.

Abraços,

Climério Manoel Macedo Moraes

Lilian Simões disse...

Extra!!!Extra!!!
Ouvi dizer q alguns comerciantes sonham em "bater" uma lage em cima do mercado e construir um "chopicente" owwwwwwwwwww raça de analfabeto da porra!!!!

honosi disse...

Não deixem modificar a fachada do Mercado da Farinha, assim conhecido, pois apesar de reformado por dentro,ainda mantiveram boa parte da sua estrutura.No mais, é ainda conservar do casarão de Dona Hilda até a casa de Zeca Dantas,bem como a casa de Dalvinha de Dejanira onde hoje funciona a Escola Maria Montessori.

Fabio Fernandes disse...

Sempre venho a minha terra querida, e nestes últimos anos me deparo com as transformações da nossa cidade. É preciso sim revitalizar, a degradação produz efeitos negativos sobre a identidade e a cultura de uma sociedade.

Historicamente, muitas intervenções em prédios centenários nas cidades ocorreram sob a ótica de ações de embelezamento. Estas alteraram radicalmente a configuração das áreas e exigiram grandes investimentos. Este quadro se encaixa perfeitamente à nossa Igreja Matriz, foi um susto na primeira vez que vi, há alguns anos, aquele afresco da pomba bebendo o sangue de Cristo ser arrancado de nossos olhos e transformado em entulhos...me pergunto então, para que existem os restauradores?...bom passou...deixou mágoa mas passou...

Agora vem a grande intervenção, materiais nobres (vidro, granito, cerâmica, aço inox) são excelentes para embelezar qualquer obra arquitetônica, mas não neste caso, que apagou uma história vivênciada por nossas gerações passadas e ceifada de nossos filhos e netos... é capaz que em alguns anos a igreja esteja tão desconfigurada que vamos achar que ela acabou de ser construída.

Gosto muito desses materiais, mas é perciso saber usá-los, da melhor forma, não indiscriminadamente ao bel prazer de uma minoria, que deve ter sido muito mal orientada. Acredito eu, que sem nenhuma orientação profissional, digo isso com autoridade de causa, pois sou arquiteto, urbanista e Ipiraense.

Devo lembrá-los, que na Faculdade de Arquitetura da UFBA existe um mestrado em Restauração, lá vamos encontrar muitos profissionais capacitados para próxima empreitada, não desprezem isso, ok?

Para não sair sem fazer humor lhes digo: Cuidado!!! O próximo passo pode ser o revestimento da fachada com azulejos 15X15, em nome da praticade!

Unknown disse...

Eu adorei a reforma, ficou muito linda a igreja!!

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